Colocar-se a disposição para escutar desabafos não substitui acompanhamento específico
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Colocar-se a disposição para escutar desabafos não substitui acompanhamento específico

Colocar-se a disposição para escutar desabafos não substitui acompanhamento específico. Além de não substituir, pode ser um risco.

Hoje vivemos uma conexão sem precedentes, isso permitiu a oferta mais ampla de atenção e de ouvintes, tanto que é comum vermos postagens de pessoas dizendo estarem a disposição em suas redes sociais para conversar quando alguém precisar, seja por pensar em suicídio, automutilação, tristeza, depressão entre outras coisas.

Mas será que isso realmente ajuda em casos de transtornos, psicopatologias e sintomas? 

Vejam, o Psicanalista mesmo com preparos, estudos e aprofundamentos precisa considerar o manejo clínico, entender sobre estruturas, transferências, resistências, pulsões, teorias, técnicas e ainda sim está sujeito a erros, agora imagine quem não tem esse preparo, uma colocação equivocada pode resultar em algo pior ainda.

E agora,  o que fazer?

Claro que uma conversa com outra pessoa pode ser uma boa, desabafar, distrair, mas não é o que faz um analista. Os encontros com o analista são justamente para ir além do censo comum. São para de fato, havendo o desejo do analisante, mergulhar nesses complexos e transtornos. Desta forma pode-se fazer algo que realmente provoque diferença na vida daquele que sofre.

É importante ter responsabilidade com o sofrimento dos outros quando se oferece ajuda. Pessoas adoram dizer que são um pouco Psicologas, um pouco Psicanalistas e boas conselheiras porquê gostam de ouvir e ajudar. Porém, gostar de ouvir e aconselhar não faz uma pessoa profissional, faz apenas uma boa ouvinte. Sem contar que Psicanalista não dá conselhos e muito menos opiniões.

Então vale a pena pensar antes de oferecer ajuda.

Você realmente está preparado para dar conta do que nem imagina que pode vir ou que pode acontecer?

Suporte, atenção, carinho, dedicação e muitas outras coisas não tenho dúvidas que podem ser oferecidas a quem sofre, mas para tratamento, acompanhamento e um bom processo analítico busque sempre alguém preparado.

Responsabilidade é o primeiro passo na hora de ajudar alguém!

Para mais informações sobre atendimentos clínicos clique aqui.

Darci Martins

Darci Martins é Psicanalista, graduando em Filosofia e, além dos atendimentos clínicos, dá consultorias e cursos presenciais e online.

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