Nós, seres humanos, estamos fadados a incompletude.
Não há algo que possa nos completar plenamente. Somos sujeitos da falta a ser.
Mas Darci, isto é um tanto trágico e pessimista, não?
Não, não vejo assim, se fôssemos completos nos movimentaríamos em nome de que?
Provavelmente em nome de nada.
É justamente por faltar que lançamos ao mundo os “objetos causas de desejos”, mas sempre que o objeto é “alcançado” percebemos que este não traz a sonhada completude e nos lançamos em busca de outro e de outro e de outro…
Assim, nos movimentamos, sempre em nome de…
Percebam que é por faltar que criamos, inventamos, saímos do pacato do dia a dia e assim podemos transformar o que seria trágico em cômico, numa vida mais interessante, digamos assim, mais endereçada.
O problema é lidar com isto na vida, ao ler um post parece fácil, mas no cotidiano não é.
Quantas vezes você pensou que aquela pessoa amada pudesse te entender e isto não aconteceu?
Quantas vezes você julgou que no novo emprego tudo daria certo e não deu?
Pois é, sempre falta algo, lidar com isto requer muita análise porque geralmente estas situações nos paralisam, o movimento só surge quando a falta e o desejo se tornam fonte. Digamos que é necessário uma faísca para que ambos entrem em combustão.