Penso, logo existo. (Descartes)
Será que Descartes teria como imaginar o efeito das redes sociais na existência do sujeito?
Imagino que não, mas aqui estamos nós observando o “sou seguido, logo existo”.
Já parou para pensar os efeitos dessa demanda de likes, reações e seguidores?
Não é minha intenção com esse texto ser reacionário ou me posicionar contra a evolução tecnológica e social, sou a favor das novas formas de laços sociais, mas o que convido você a fazer é refletir os efeitos que as métricas de vaidade causam em sujeitos que abrem mão do conteúdo em nome da busca desenfreada por views.
É como se o sujeito só existisse quando visto por esse Outro. Isto tem consequências, principalmente quando a métrica não responde à demanda. É como se a pessoa sentisse que deixou de existir, de ser e de estar.
O unfollow passou a ter o mesmo peso e consequências de um término, há um luto perceptível nos discursos. Pode parecer exagero para alguns eu apontar isso, mas é porquê talvez não escutem atrás de um divã, pois, trago isso da minha própria clínica.
É frequente e precisa ser refletido por nós, afinal a existência não pode ser medida por likes.